|
Durante o período da Guerra do Paraguai, o município de Poconé, famoso por
abrigar um dos maiores rebanhos bovino de Mato Grosso, prestou um grande
serviço a nação: forneceu gado e cavalos para o abastecimento das tropas do
exercito brasileiro. Esse fato permitiu que o nome de Poconé fosse sinônimo
de gente patriótica e de espirito nacionalista.
O gado era
vacum e o cavalo, o famoso "Pantaneiro", que no passado serviu de montaria
para índios Kadiwés, remanescentes dos guaicurus, célebres cavaleiros. A
maioria absoluta de eqüinos que assimilaram o ecossistema pantaneiro, veio
da região espanhola de Andaluzia, trazidos por castelhanos, nos porões de
navios, para servir em terras do Novo Mundo pertencentes ao Reino de
Castela, em meados do século XVI.
Apesar da
demonstração de apego às causas nacionais, não foi somente como centro
abastecedor de bovinos e eqüinos que Poconé ficou conhecido neste período de
movimentação bélica fronteiriça.
O tenente
Antônio João Ribeiro, um dos principais heróis da Guerra do Paraguai, nasceu
em Poconé, no dia 24 de novembro de 1820.
O tenente
Antônio João – como ficou conhecido – morreu defendendo sua pátria em uma
trincheira no atual município de Dourados, no Estado de Mato Grosso do Sul,
na época pertencente a província de Mato Grosso.
Este bravo
militar, símbolo da bravura do exercito brasileiro e mato-grossense,
comandava a colônia militar de Dourados, no período em que a província foi
invadida por tropas paraguaias. Ele e mais onze companheiros resistiram
bravamente aos homens comandados pelo major Martins Urbieta _- do Paraguai.
Ficaram
registradas nos anais da história as últimas palavras do bravo herói como
"...Sei que morro, mas meu sangue e dos meus companheiro servirão de
protesto solene contra a invasão do solo de minha Pátria." Em sua homenagem
foi erguida na praça Vermelha, na cidade do Rio de Janeiro, comemorativo ao
seu ato heróico.
Antes do
advento da República, a vida poconeana passava por um período de calma sem
maiores transtornos, porem este quadro de tranqüilidade mudou no ano de
1889, quando da proclamação da Republica, os conflitos políticos, entre
monarquistas e republicanos abalaram a sociedade poconeana de cunho
eminentemente patriarcal. Após a consolidação da Republica, que foi
responsável pela solução dos impasses criados pelas contradições entre os
poderes executivo e legislativo, resultou o predomínio em três esferas do
poder executivo; federal, estadual, municipal, em virtude da disputa pelas
oligarquias locais. A partir daí Poconé voltou ao seu processo normal de
desenvolvimento, conseguindo reconquistar seu prestigio bi-secular.
Na década
de 1930, Poconé mas uma vez destaca-se no cenário político-social-religioso,
pela luta do poder entre os constituicionalistas, que formavam o grupo de
oposição e os aliancistas, os da situação.
Esse tipo
de conflito evidenciou-se no arraial do "Tanque
Novo", no território do município de Poconé. Esse lugar foi
invadido por forças policiais no ano de 1933, a mando de políticos
influentes, pois o governo provisório de Getúlio Vargas não permitia
qualquer foco ou reduto organizado que não apoiasse, e o Tanque Novo, sob
liderança de Doninha, de cunho religioso do que político, reunia em torno de
si seus devotos, que também era membros de seu partido
(Constitucionalistas), garantido nas eleições de 1933, a vitoria da
oposição, articulada pelos antigos governistas, que investiram no arraial,
para sim usa-lo eleitoralmente.
Esse apoio
político determinou a força repressiva que destrui o movimento em torno de
Doninha, aniquilando assim o "perigo político" da oposição e garantindo,
enfim, a supremacia da situação no município.
Nos anos
que surgiram, após a consolidação da República, o município teve um total de
12 Intendentes. A partir de 1946, administração municipal passou a contar
com o cargo de prefeito, vice-prefeito e Câmara municipal de Vereadores.
É notória
a vocação ao turismo ecológico, que pulsa forte no seio do território
poconeano. Uma das principais vias de acesso ao Pantanal é a rodovia
Trasnpantaneira, com extensão de 143,3 Km, indo até a localidade de Porto
Jofre.
Esta via,
a MT-060, foi idealizada como representação de progresso e expansão do
Estado de Mato Grosso. O objetivo era transformar Poconé num centro
irradiador de economia, já que o projeto inicial da rodovia previa sua
extensão até o município de Corumbá, no Estado do Mato Grosso do Sul,
permitindo escoamento de safras de todo estado matogrossense, possibilitando
o transporte fluvial, via Rio Paraguai.
No entanto
registros histórico nos dão conta de que tudo não passou de um engodo. O
projeto de construção da rodovia Transpantaneira foi realizado sem critério
técnico-cientifico adequado, pois, ao cortar o meio o Pantanal, se
verificaria um prejuízo incalculável ao ecossistema regional e ao homem
pantaneiro. A falta explicita de critérios traduz o imediatismo dos projetos
vinculados ao PRODEPAN, na década de 1970.
Outras
situações preocupante para os ecologistas, no território do município de
Poconé é a retomada da mineração do ouro. A redescoberta de ricos veios
auríferos no final da década de 1980, fez ressurgir a efervescência
garimpeira do tempo em que surgiu Beripoconé, no século XVIII.
Neste
contexto, muitas gente passou a buscar na garimpagem do ouro um meio de
sobrevivência, objetivando melhores condições de vida.
Mobilizaram nesta lida os peões e vaqueiros, que deixaram o trabalho no
campo pela aventura garimpeira, sem contar empresários e fazendeiros que
passaram a capitalizar mais significativos na produção aurífera.
O
poconeano é povo de cultura secularmente suas tradições. O cuidado em
conservar as características originais das festas, as dança, as comidas
típicas, enfim, das tradições que encantam no conjunto de maravilhas
culturais do município, são predicados típicos desse povo pantaneiro.
As
manifestações folclóricas não ocorrem somente durante as festas de São
Benedito e de Nossa Senhora do Rosário – padroeira da cidade. Também são
apresentadas num gesto cativo as pessoas que escolhem o município para as
suas viagens turísticas.
As
comemorações dos festejos folclórico são realizados com missa, churrascos,
bailes, danças, comidas típicas e quermesses. Como parte do folclore são
cultivado as danças do cururu, siriri, dos mascarado e cavalhada. Como
podemos perceber, o município de Poconé é rico pela grandeza cultural,
destacando-se ainda os ramos da tecelagem, urubamba, madeira, couro e
chifre, crochê e tricô, doces, vinhos e musica.
|
|